segunda-feira, 10 de março de 2008

Música!

Como primeiro post de música, não gostaria de falar de música propriamente dita, mas sim de grandes dificuldades pelas quais os músicos passam. E não me refiro a problemas financeiros, mas a questões burocráticas que a maior parte das pessoas desconhece.

Por exemplo, quando um compositor lança um CD, as músicas são propriedades da gravadora, e não do músico. Ou seja, o músico não é dono de seu próprio acervo! Assim, a gravadora pode modificar à vontade as canções...de onde surge a dúvida: nesse caso quem é o verdadeiro artista?

Como fugir disso? O grande músico, compositor, multiinstrumentista (entre muitas outras coisas) brasileiro Egberto Gismonti criou sua própria gravadora, tarefa quase que impossível. Não só isso, mas ele também comprou seu acervo (por mais estranho que essa frase possa parecer) do selo que o possuia, tornando-se assim um dos únicos brasileiros donos de seu próprio repertório. Para os que não o conhecem, o próximo vídeo mostra Egberto tocando sua música (sua, pronome possessivo mesmo) "Palhaço", do disco "Circense".



Outra grande dificuldade relacionada a isso se refere aos grandes talentos que são desconhecidos. Como a maioria das gravadoras está interessada no lucro, e não na qualidade da música, elas não costumam investir em músicos desconhecidos. O flamenco Gerardo Núñez criou um estúdio em sua própria casa com a finalidade de contornar esse problema. Em CD intitulado La nueva escuela de la guitarra flamenca, Gerardo apresenta um grupo de jovens que ele considera que sejam alguns dos maiores talentos desconhecidos de hoje, mostrados no vídeo a seguir.



Também é interessantes que em alguns CD's aparece escrito "Agradecemos ao selo X por ter cedido o músico Y para a participação especial na faixa n". Parece que o músico é um cachorrinho.

Depois de pensar no que foi dito acima, não consigo mais ver um CD com os mesmos olhos. Ou melhor, não consigos ouvi-lo mais com os mesmos ouvidos.

9 comentários:

Unknown disse...

A midia está relacionada aos grandes
interesses corporativos, muitas vezes
de uma empresa irmã. Como no México,
as duas principais emissoras tem
os famosos em mundos pararelos.
Cada uma das emissoras tem seu selo
e os seus cantores só aparecem em
seu canal. E se um cantor for chiar
provavelmente vai para a geladeira
e viraria chacota da mídia por
chorar de barriga cheia. Recentemente
fizeram isso com algum jogador de
baseball por ele ter dito que
se sentia um escravo...

rizbicki disse...

Isso é muito absurdo...e, no final, somos nós que acabamos perdendo com tudo isso...

Renata Brunelli disse...

Ué, mas aqui no Brasil é assim tb!! Cada emissora tem artistas exclusivos que só podem cantar naquele canal!! Pq vcs acham que Ivete Sangalo, Roberto Carlos, Sandy e Jr, etc, só se apresentam em programas da Globo? Pra ir em outro canal, nem que seja receber um prêmio, tem que receber autorização...

Unknown disse...

sim, mas no Brasil, só a Globo faz isso... e as outras emissoras nao
deixam de citar os globais em
função disso, lá parece que
os cantores de uma emissora não
existem no mundo da outra emissora.

rizbicki disse...

Não sabia que tinha q ter autorização da Globo...q horror...

e outra coisa, acho que com livros também acontece alguma coisa parecida, ou não? (falo quanto ao autor não ter total controle de seu livro, no sentido de poder permitir cópias)

Renata Brunelli disse...

Imagino que nã, mas não sei...
A não ser que o autor seja muito rico e poderoso a ponto de as editoras o disputarem...

rizbicki disse...

o q eu quis dizer é que o próprio autor não pode xerocar seu livro...(lembra do Heleno?)

Unknown disse...

O problema das grandes emissoras/editoras/gravadoras
disputarem um artista é ir atras do
nome que ele tem no mercado para
vender, então a partir de um contrato
gordo tentam fazer com que ele seja
mais palatável a um número maior
de pessoas... como uma piada do
Seinfeld dizia sobre recem-casados,
a mulher te ama pelo que vc é, mas
quer mudar vc completamente.

rizbicki disse...

Hahaha! Boa comparação...